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O grupo de bate-bolas ‘Virtual de Madureira’ foi às ruas neste carnaval com uma fantasia que trazia o rosto de Adolf Hitler. Os foliões estão sendo acusados de apologia ao nazismo nas redes sociais. O assunto ganhou uma proporção tão grande que a presidente da comissão de Direitos Humanos da Câmara dos  vereadores, Teresa Bergher, promete denunciar o caso à polícia.

As imagens dos bate-bolas com as fantasias que tinham o retrato do Hitler viralizou no Twitter e até mesmo os fãs do grupo chegaram a criticar determinado comportamento. “A impunidade faz com que coisas absurdas como essa aconteçam”, disse uma usuária da rede social. “Passamos por alguns deles e não sabíamos bem o que fazer. A vontade era sair dando voadora”, escreveu outra internauta.

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Grupo de bate-bolas “Virtual de Madureira” saiu com fantasia com imagem do rosto de Hitler durante carnaval no Rio

A vereadora Teresa Bergher, também integrante da comunidade judaica, se pronunciou e informou que além de procurar a polícia para fazer a denúncia, também vai encaminhar uma ofício à Secretaria de Estado de Segurança Pública.

“É crime, com pena de prisão, fazer apologia ao nazismo, regime que exterminou milhares de pessoas na segunda guerra mundial. Carnaval é momento de alegria, de paz, de brincar em harmonia, e não de usar fantasias que possam propagar o ódio e a intolerância. Esse grupo foi mais que infeliz na escolha do figurino, cometeu um crime”, lamentou.

Ela também encaminhará requerimento de informações à Prefeitura para saber se este grupo foi cadastrado pela secretaria de cultura e se é possível cancelar a autorização para que desfile no próximo carnaval. O grupo ‘Virtual de Madureira’ saiu da favela Congonha, Zona Norte do Rio, e percorreu as ruas do bairro.

Em 2012, os bate-bolas se tornaram Patrimônio Cultural Carioca de Natureza Imaterial pela Prefeitura do Rio. O decreto de número 35134 considera que os ‘Clóvis’ ou ‘Bate-bolas’ são personagens típicos do carnaval carioca e que “refletem a forma alegre e irreverente da população suburbana festejar e a sua capacidade de produzir uma manifestação de caráter tradicional e ao mesmo tempo renovador”.

“É uma pena que um grupo que se veste de bate-bolas tenha escolhido justamente usar a máscara de um assassino, de um genocida para brincar o carnaval. Os Clóvis fazem parte da nossa cultura, da tradição carnavalesca da nossa cidade e não podem ser confundidos com uma imagem que só remete à morte, à barbárie, aos crimes contra a humanidade”, disse Teresa.

Para o advogado Lucas Barbosa, membro da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB/RJ, é importante destacar que a apologia ao nazismo é crime previsto no Art. 20, parágrafo primeiro, da Lei Federal n. 7.716/89 e, de acordo com ele, isso tem uma razão de ser.

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“O nazismo é uma ideologia absolutamente nefasta que torturava seres humanos em campos de concentração e fez com que famílias completamente destroçadas tivessem que se submeter à migração forçada para sobreviver”, disse. “Ainda hoje gera danos a partir das células neonazistas que tem produzido atentados recentemente. É essa a ideologia que teve Hitler como sua figura mais proeminente e, por isso mesmo, não é aceitável minimizar a gravidade de retratá-lo na fantasia dos bate-bolas”, afirma.

Procurada, a Polícia Civil não respondeu até o momento da publicação desta reportagem.

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